terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O ÚLTIMO PACTO



Caminhando na solidão de uma estrada escura,
na encruzilhada, a eminência de me perder de vez.
No meu peito, o medo da promessa e da loucura
vai me levar para o inferno de minha lucidez.

E um grito ecoou vindo de todas as direções
e o som pulsava no coração de quem o ouviu.
E do mais frio e escuro lado negro da noite
a voz que sussurrava e amedrontava, me sorriu.

Era o sussurro da morte chegando até mim,
me acolhendo e me guiando em meu abandono.
Chamou pelo meu nome, ofereceu-me o silêncio
e a perpétua habitação do profundo e eterno sono.

Quando a imobilidade de meus pés mostrar
que meu tempo neste mundo já acabou,

Quando, enfim, meu coração prostrar,
Me dizendo em versos mudos que parou...
...somente sinta a minha dor.


Nas linhas falhas do destino em nossa mão,
o desencontro em nossa vida se cumpria.
Se o silêncio é o equilíbrio da perfeição,
a dualidade da loucura se tornará sabedoria

A pior tristeza que existe
é aquela cujo sentido não existe,
porque assim como não tem razão,
também não tem solução.

Somente sinta a minha dor.