Procuro brechas luminosas entre as ruínas do amor
Fugindo de tudo aquilo que, me têm causado dor.
Esqueço de tudo aquilo que vivi ou que sonhei...
Torno, a tristeza, uma canção de tudo aquilo que eu não sei.
E que venha essa morte de tudo que eu acredito
me mostrar esse caminho que eu escolhi e tenho andado
e se for pra continuar caminhando bem ao seu lado,
sufoco a minha dor no silêncio de um grito.
As sombras já me seguem ao longo desse caminho
e essa luz que cerca os olhos me mostra por onde andar
e de tanto caminhar me fiz forte, e vou sozinho
pois todos esses caminhos levam pro mesmo lugar.
E de todos os delírios, eu quero sempre o mais vulgar
e pago um preço infame por ser louco até o fim.
Fluídos de uma chama que, em mim, arde sem queimar,
me faz fugir, mas não encontro nada além de mim.
E que o meu espírito possa ver essa verdade
e se desapegue desse amor que é decadente
daqueles que se despediram e se foram
e daqueles que sempre seguiram em frente.
E que minha sombra, no fluir de minhas lágrimas
possa sentir a brisa desse alvorecer
e siga, enfim, ao aconchegante ascender,
suave sol, que brilha, ao fim das madrugadas...
Tentamos nos encontrar e isso sempre é complicado.
E eu desejei não ter a sorte que a mente desenhou.
E sim, tentei me acordar por apenas um momento
e no firmamento da ilusão, meu pensamento voou.
Procurei palavras para expressar os meus medos,
Escolhi estradas, mas eu já não enxergo o chão,
Deitei ao sol para esquecer, da vida, os segredos.
Negociei palavras frias, numa tarde de verão...
No céu, vi meus medos e no chão, eu vi meus sonhos...
Nos galhos retorcidos, vozes de um tempo que passou,
flores de um presente, sementes de um futuro.
Histórias de momentos que ninguém contou.
Busquei o sentido seguindo os seus passos
Temi esses laços que estão me prendendo
Pisei nos meus sonhos, voei nos meus medos
e nesses segredos eu fui me perdendo.