terça-feira, 24 de setembro de 2013

De todos nós



Procuro brechas luminosas entre as ruínas do amor
Fugindo de tudo aquilo que, me têm causado dor.
Esqueço de tudo aquilo que vivi ou que sonhei...
Torno, a tristeza, uma canção de tudo aquilo que eu não sei.

E que venha essa morte de tudo que eu acredito
me mostrar esse caminho que eu escolhi e tenho andado
e se for pra continuar caminhando bem ao seu lado,
sufoco a minha dor no silêncio de um grito.

As sombras já me seguem ao longo desse caminho
e essa luz que cerca os olhos me mostra por onde andar 
e de tanto caminhar me fiz forte, e vou sozinho
pois todos esses caminhos levam pro mesmo lugar.

E de todos os delírios, eu quero sempre o mais vulgar
e pago um preço infame por ser louco até o fim. 
Fluídos de uma chama que, em mim, arde sem queimar,
me faz fugir, mas não encontro nada além de mim.

E que o meu espírito possa ver essa verdade
e se desapegue desse amor que é decadente
daqueles que se despediram e se foram
e daqueles que sempre seguiram em frente.
E que minha sombra, no fluir de minhas lágrimas
possa sentir a brisa desse alvorecer
e siga, enfim, ao aconchegante ascender,
suave sol, que brilha, ao fim das madrugadas...

Tentamos nos encontrar e isso sempre é complicado.
E eu desejei não ter a sorte que a mente desenhou.
E sim, tentei me acordar por apenas um momento
e no firmamento da ilusão, meu pensamento voou.

Procurei palavras para expressar os meus medos,
Escolhi estradas, mas eu já não enxergo o chão,
Deitei ao sol para esquecer, da vida, os segredos.
Negociei palavras frias, numa tarde de verão...

No céu, vi meus medos e no chão, eu vi meus sonhos...
Nos galhos retorcidos, vozes de um tempo que passou,
flores de um presente, sementes de um futuro.
Histórias de momentos que ninguém contou.

Busquei o sentido seguindo os seus passos
Temi esses laços que estão me prendendo
Pisei nos meus sonhos, voei nos meus medos
e nesses segredos eu fui me perdendo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Inalcançável




Escolhi uma estrela 
e mesmo sem crer ou tê-la, 
dei a ela o seu nome. 
Certa vez, em noite escura, 
fugindo da amargura,
e do amor que me consome, 
comecei a sentir medo 
ao revelar o meu segredo 
e para ela, eu cantei. 
E isso tudo que eu sentia, 
transformei em poesia 
tudo isso que eu sonhei. 

Em quatro notas musicais 
eu busquei o “algo mais” 
e toquei meu violão. 
Ritmo que sempre segue
o meu ser que está entregue
o meu desejo e coração. 
Vou seguindo esse compasso, 
e construindo esse laço
enquanto estou à caminhar. 
E essa canção me dá aquilo 
que me torna mais tranquilo, 
e sempre me tira o ar. 

E a estrela me olhou, 
e com ternura, ela chorou 
e me disse em meio ao breu: 
"Sei, tu és um sonhador
e eu não mereço o amor 
do nome que você me deu!” 
E cantando sem parar 
eu tentei te alcançar 
pra mostrar meu sentimento. 
Já com o rosto molhado 
e o espírito cansado 
desejei o firmamento. 

Nessa vida tudo finda, 
tudo é ida, tudo é vinda 
onde eu busco impossível. 
E vou continuar querendo,
nessa morte, ir vivendo 
até me tornar insensível. 
Mas, mesmo eu não podendo,
a verdade, ir dizendo 
em seu ouvido, bem baixinho, 
vou deixando, simplesmente, 
rolar a paixão ardente 
enquanto sigo meu caminho..."

Samuel Versan / Cristiano Lendarius

Iconoclastia Incendiária




Em uma noite sem estrelas eu perdi meu coração
no meio dessa confusão de amores corrompidos. 
E no meio desse caos de valores esquecidos, 
os sentimentos são banidos pelo orgulho da razão. 

Na tempestade pude ver o arco-íris que eu fiz 
e ele veio para cobrir e colorir a escuridão. 
Eu me perdi na ilusão de ser um mero aprendiz 
pois os meus olhos já não viam mais a luz desse verão. 

Suspiros frios de um vazio e ferido, coração. 
Sonhos coloridos que as nuvens nublaram... eu sei. 
E há muito tempo não choro mais na escuridão 
pois perdi a minha força nas guerras que não lutei 

Você, uma pessoa sempre tão distante e insensível 
sumindo em meus impulsos por te querer demais. 
Esse seu cheiro de adeus e essa dor incompreensível 
e os teus olhos marcados com estes sonhos irreais. 

Lágrimas derramadas como gotas de vinho no chão 
são como feridas que se abrem em noite clara. 
Gotas, essas, que nos marcam e nunca secarão, 
é o sentido que se perde e nunca se repara. 

Suspiros frios de amores que se perderam por ai 
e suas palavras pesadas cheias de dor e confusão. 
A minha alma ,que é guerreira, não trará marcas em si. 
Eu vou dançar nesse silêncio e soprar escuridão. 

Aline Melo / Divina Maria / Cristiano Lendarius