sábado, 27 de julho de 2013

Pergunte ao Silêncio



Ainda que todas as palavras se calem ao dizer
e o silêncio venha me dizer sem falar
e me mostrar o que eu sinto sem saber
e mostrar o que eu procuro ao te olhar.

E mesmo que eu perca a sanidade ao pensar
e o pensamento que me engane ao querer
no profundo de seus olhos, me perder
pelo medo que me toma ao sonhar.

E quando o momento da loucura começar,
e eu estiver muito longe de entender
o abandono que a lógica fez crescer
então eu me perderei ao te encontrar.

E no dia em que a contradição se acabar
e o vazio do meu coração se preencher,
os teus olhos, os meus olhos irão ver
os meus olhos, os teus olhos, contemplar.

Então minh’alma se sentirá mais forte
diante do destino miserável dessa sorte
que irá me colocar entre os demais.
E ao tentar me impor a noite escura
e me atirar no abismo da loucura,
só me mostra silêncios imemoriais.

Mas o espírito é guerreiro e não se cansa
de, novamente, ter que entrar nessa dança
desse vai e vem de músicas desiguais.
E para sempre até o fim de todo o tempo
buscaremos para sempre esse momento
e o sempre há de ser isso e nada mais.

Moça de olhos profundos,
olhos que conquistam mundos
transformando a eternidade em segundos
me mostre seus olhares fatais.
Para que o silêncio de minhas palavras
tão simples, tão rudes, tão raras
neste amanhecer de noites claras
possam te falar cada vez mais.

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