terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tempo em que o tempo chora




Os dias passam, os tempos terminam.
Me vejo aos passos dos que exterminam
A nossa realidade e a nossa vida.
Não sei mais o que é verdade.
Isso tudo são saudades, no fundo,
esquecidas.

Sinta o vento lá fora!
Sinto angústia agora.
Olho a janela, e não me lembro
Do tempo em que o tempo chora.

Pois quem tem tempo, as vezes, perde a hora,
Pois quem tem tudo, as vezes, o nada implora.
A noite chega e o que eu sinto dói por dentro,
Entrego tudo e saio nas chuvas de
dezembro.

Olho pra trás, não vejo nada.
E sigo andando na velha estrada.
Caminho este que passa e não termina.
E sigo andando à minha velha sina.

Sinal de morte que não mais agüento.
No pulso, um corte; ao longe o olhar atento,
Eu já fui forte, mas perdi as ilusões.
Não há mais castelos e nem dragões.

Nuvens cubram nos céus, raios de sol .
Noite negra nos mostra a escuridão.
Olho a janela, me esforço, e então me lembro,
Do tempo em que o tempo chora sob as chuvas de dezembro.

Os dias passam, os tempos terminam.
Me vejo aos passos dos que exterminam
A nossa realidade e a nossa vida.
Não sei mais o que é verdade.
Isso tudo são saudades, no fundo,
esquecidas.

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